Bebês e Crianças Desenvolvimento
30 ago 2022

SUPERPROTEÇÃO OU LIBERDADE DEMAIS?

Superproteção ou liberdade demais?

O sentimento de preocupação é inevitável quando se é mãe ou pai. Por serem frágeis aos nossos olhos, queremos proteger nossos filhos ao máximo – ainda mais diante de tantos perigos que existem mundo afora. A princípio, é natural que nosso instinto nos leve a fazer o possível para impedir que qualquer mal ameace nossas crianças, mas a partir de que ponto isso deixa de ser saudável? Será que a superproteção também apresenta seus perigos?

Antes de tudo, a resposta é sim: essa preocupação em excesso pode ser prejudicial para o seu filho. A superproteção é caracterizada por um zelo exagerado e um controle maior do que o normal, muitas vezes impossibilitando que a criança tenha suas vivências e frustrações próprias.

Apesar de a intenção ser boa, proteger demais interfere diretamente no desenvolvimento pessoal e também na relação familiar. Neste artigo, ajudo você a identificar atitudes que refletem a superproteção, as consequências disso e o que você pode fazer para não se tornar um pai ou mãe superprotetora.

Aspectos da superproteção

Um primeiro ponto de atenção é o impulso de controlar até os problemas do seu filho. É preciso se lembrar que a frustração faz parte do crescimento e que a criança precisa passar por situações que a desagradam para aprender a lidar com conflitos. Desta forma, criamos pessoas preparadas para enfrentarem seus obstáculos sozinhas.

Do mesmo modo, tratar o jovem como alguém incapaz de se defender é um dos traços da superproteção. Estar sempre em estado de alerta aos potenciais perigos que seu filho pode correr, controlar suas atividades e ciclos sociais, ser invasivo, realizar tarefas pela criança ou criticar demais seu jeito de cumprí-las são outros indicativos de que você pode estar sendo superprotetor.

Consequências da superproteção

Muitas vezes, ao tentar proteger o jovem de tudo, tira-se dele o direito de experimentar o mundo por si só. Eventualmente, filhos de pais superprotetores podem sentir certa dependência até a vida adulta, por se sentirem inseguros na ausência dos seus parentes.

Além da autoconfiança prejudicada, a criança vem a apresentar problemas em tomar decisões de maneira independente. A superproteção dificulta que o seu filho pense por conta própria em soluções para seus desafios, o que é fundamental para o crescimento de qualquer pessoa.

Dentre as principais consequências de um comportamento superprotetor, há ainda a probabilidade da criança desenvolver ansiedade ou depressão, dificuldade de socialização, atraso na maturidade emocional, afastamento da família e isolamento, desenvolvimento de um perfil agressivo e visão distorcida da realidade.

Como evitar a superproteção

Analogamente, liberdade demais também não é o melhor caminho. O ideal é encontrar o equilíbrio entre a autonomia e a proteção.

Para que você não se torne um pai ou uma mãe superprotetora (ou para deixar de ser), invista na disciplina positiva, como já comentei em outro artigo. Saber lidar com a individualidade do seu filho, respeitando-o como um ser humano capaz de tomar decisões, fará com que a relação entre vocês seja mais saudável e que ele amadureça.

Dê espaço para o seu filho aprender sozinho. Confiar no potencial dele ajudará o jovem a acreditar nele mesmo, colaborando muito para sua autoestima. Além disso, é necessário que ele assuma responsabilidade pelas próprias coisas e que ele realize suas tarefas da maneira que ele pensar. 

Encoraje a criança a explorar ambientes novos. Espaços que não são familiares a ela apresentarão desafios e a colocarão para agir com base nos conhecimentos adquiridos nas suas vivências até agora. Coloque-se numa posição de acompanhamento, mas sem intervir a todo momento.  

Entenda que você não está cumprindo mal o seu papel ao deixar que seu filho erre – muito pelo contrário. São nessas situações que você pode permitir que ele tenha contato com a frustração. Você sempre pode ajudá-lo a lidar com o problema até certo ponto, mas é importante não tirar o protagonismo da criança.

Em suma, tudo em exagero faz mal: seja liberdade ou proteção. Além de tudo, a superproteção não protege a criança de sentimentos negativos como a insegurança, o medo, a ansiedade, entre muitos outros.

Deixar a criança descobrir o mundo não será um indicativo de que você não se importa com ela. Na verdade, isso demonstra o respeito e aprendizado mútuo da sua relação pai-ou-mãe e filho e sua preocupação em prepará-lo para encarar a vida. Caso você apresente dificuldades em dosar seu comportamento superprotetor, não hesite em procurar a ajuda de um profissional.

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