Numa sociedade cada vez mais plural em termos de raças, crenças e vivências, como educar seus filhos sobre preconceito e inclusão? Separamos algumas dicas para te ajudar a navegar por estes tópicos.

A importância da tolerância

O respeito é um dos principais valores na base de uma sociedade justa e igualitária. É durante a infância e a adolescência que o caráter e a personalidade do futuro adulto são desenvolvidos. É essencial que este sentimento seja trabalhado e incentivado pelos pais.

Você pode (e deve!) apresentar a diversidade de cores de pele, por exemplo, de maneira lúdica através dos brinquedos, utilizando jogos ou bonecas que fujam da padronização que foi a regra durante muitas gerações. O entretenimento também pode ser seu aliado. Procure por títulos que passem mensagens de aceitação e tolerância e que exaltem a diversidade, trazendo a pluralidade para o protagonismo.

Um diálogo transparente e honesto pode ser o seu grande aliado na hora de educar seus filhos sobre preconceito e inclusão. Converse sobre casos de preconceito que você vivencie, veja nas redes sociais ou que tenham repercutido na imprensa. Dessa forma, a criança começa a aprender desde cedo sobre a realidade em que está inserida, tendo mais chances de aceitar o próximo ao invés de seguir a multidão.

Eduque pelo exemplo

Durante a infância, as crianças são como esponjas, absorvendo o que os pais fazem, pensam ou dizem. Por isso, você pode começar com as pequenas cordialidades de boas maneiras, mostrando na prática a importância de agradecer, cumprimentar ou pedir “por favor”. Mostre como as “palavrinhas mágicas” são necessárias e fazem diferença no dia a dia. Isso ajuda a colocar o conceito de respeitar o outro em prática.

Sob o mesmo ponto de vista, trabalhar o senso de empatia e desenvolver a autoestima dos pequenos são dois fatores importantes durante o período de crescimento. Além disso, um olhar para si mesmo é necessário para que se perceba como você lida com ocasiões desafiadoras em termos de preconceito e inclusão.

No sentido de “normalizar” as diferenças entre as pessoas, a luta contra o preconceito e a favor da inclusão fica ainda mais fácil quando a criança/adolescente convive com a diversidade, seja qual ela for. Crescer em um círculo muito homogêneo, com crenças e privilégios parecidos, acaba criando uma zona de conforto que pode causar a estranheza perante as diferenças Busque cercar-se de pessoas com vivências e experiências, pois isso torna mais natural o processo de entender e respeitar a liberdade e a existência do outro.

Estimule a curiosidade

Por fim, precisamos entender que preconceito e inclusão não é nenhum bicho de sete cabeças. Sempre que possível, apresente e converse sobre diferentes culturas e realidades. Essa é uma forma de despertar a curiosidade da criança para o mundo de possibilidades que existem por aí.

Através do diálogo, por exemplo, você pode explicar sobre como a individualidade de cada um existe e deve ser respeitada, conversando sobre como cada ser humano é único em sua aparência física, habilidades, gostos e preferências. Faça a criança se sentir ouvida e responda às dúvidas que possam surgir de maneira respeitosa, estimulando o pensamento.

Para assistir

Hoje temos duas dicas para assistir com a família que podem te ajudar a refletir mais sobre preconceito e inclusão.

O filme “As Vantagens de Ser Invisível”, disponível na Netflix, acompanha a trajetória de Charlie (Logan Lerman), um jovem tímido que se esconde em seu próprio mundo até conhecer dois irmãos que o ajudam a viver novas experiências. Charlie luta contra a depressão e traumas do passado, e o filme passa uma mensagem positiva a respeito das prioridades da vida e do auto-amor.

Também disponível na Netflix está a série “Atypical”, que conta a história de Sam (Keir Gilchrist), um adolescente com traços de autismo que resolve arrumar uma namorada. A série retrata sua jornada em busca da independência, o que acaba colocando toda sua família em uma aventura de autodescoberta e aceitação.