Praticar ioga com as crianças em casa, no parque, na praia, pode ser uma atividade relaxante e ao mesmo tempo muito divertida para pais e filhos, até mesmo para as mamães e papais que nunca praticaram ioga. Quer saber como?

Hoje iniciamos uma série de oito textos contando o passo-a-passo para esta grande aventura que só trará benefícios para o vínculo familiar, atuando nos níveis físico, mental e emocional de todos.

Aceitam o desafio de praticar com as crianças? Duas vezes na semana por 20 minutos? Que tal? Bom, primeiro vamos escolher um lugar que seja amplo, um espaço que dê para abrir bem os braços, as pernas, deitar no chão e se esticar bastante. O local escolhido deve ser de preferência arejado, claro, e as posturas e brincadeiras podem acontecer em cima de uma superfície macia, mas que seja firme, pode ser um tapete, na grama, ou na areia com algumas cangas. Prometo que ao final, todos estarão sorrindo, com uma sensação de bem-estar muito boa. Vamos começar…

Passo Nº 1: Namastê e “OOOOM”

Roupas confortáveis, pés descalços para sentir o chão, sentamos com as pernas cruzadas, mãos juntas na altura do peito e nos cumprimentamos com um “Namastê!”. As crianças adoram e curtem ainda mais quando explicamos que Namastê quer dizer “A luz que habita em mim cumprimenta e saúda (reverencia) a luz que habita (mora) em você”. Pode parecer complicado, mas pouco a pouco elas vão entendendo, e mais tarde acabam concluindo que “Namastê” é quando um ser humano “enxerga” e reconhece o outro, quando se encontram. Elas sempre perguntam o que é “reverencia”, então estejam preparados para explicar.

Depois dos cumprimentos entoamos o “som do universo”, o OM. Preparem-se para mais encantamento e perguntas. Aqui vai o primeiro exercício de respiração: Puxamos o ar em uma inspiração suave e longa enquanto os braços sobem lá no alto, juntamos as mãos lá sobre a cabeça (braço esticados) e então descemos devagar as mãos juntas, passando pelo rosto, cantando “OOOM”, soltando o ar. As mãos param na frente do peito, juntas, e quando o ar acabar paramos o OM. Podemos repetir três vezes, com os olhos fechados ou abertos. Uma variação é entoar as vogais em vez de “OM”.

Passo Nº 2: Não há certo ou errado na Ioga – Aquecimento e Posturas

Antes de começarmos a fazer as posturas, vale brincar e massagear o corpo, cada um massageia seu próprio corpo. Uma massagem vigorosa, para acordar as partes do corpo. Começamos pelos pés, aqueles maravilhosos que nos levam pra lá e pra cá, e vamos subindo. Esta é uma boa hora para ensinar as partes do corpo. Ao final da massagem, que tal um abraço em si mesmo? É booom.

Após a massagem, ficamos em pé e é hora do aquecimento. Vale correr no lugar, pular alto, dançar, brincar de roda, pular num pé só, depois no outro. A imaginação fica solta nesta hora. Vale colocar uma música e deixar rolar.

Muito bem! Agora vamos para as posturas. Nesta primeira prática pais e filhos vamos aprender seis posturas. Na ioga para crianças trabalhamos muito as posturas, os ásanas, imitando os animais ou objetos. Então vamos fazer as posturas da árvore, do guerreio, do cachorro olhando para baixo, do gato, do barco e da vela. Ufa! Papais e mamães podem inventar uma história e ir adicionando as posturas, como por exemplo:

– Vamos fazer um passeio para uma ilha? (Imaginação para chegar até a ilha)… Então, chegamos à ilha. Veja quantas árvores (todos fazem a postura da árvore), o vento bate forte pra lá e pra cá, mas a árvore fica firme, nem se mexe. Olhe! Quem vem ali? É um guerreiro (postura do guerreiro). O que o guerreiro faz aqui? Não sei. Mas ele tem um cachorro… E um gato. Vamos explorar a ilha todos juntos? (cada um assume a postura que quiser representar e passeiam). Agora é hora de ir. Vamos para casa do guerreiro? Vamos de barco! É aniversário dele, então vamos cantar parabéns (postura da vela – vale levantar e soprar os dedinhos ajudando a sustentar a postura).

Neste momento é importante lembrar que na ioga não há postura certa ou errada, deixamos as crianças à vontade para que possam sentir o corpo. Por isso, não costumamos corrigir, pedindo que ajeitem o pé ou as costas, por exemplo. Somente interferimos em caso de perigo, para que a criança não se machuque. Os elogios são muito bem-vindos, as palmas para celebrar este momento de união também.

Ah, já ia me esquecendo, o significado de Ioga é União. Dessa forma, aproveitem este momento juntos.

Uma última recomendação para este momento: o conforto é muito importante também. Na ioga não forçamos nada, o corpo vai até onde ele conseguir, aos poucos aquela mão vai chegar lá no pé, mas se não der hoje, sem problemas.

Passo Nº 3: O relaxamento

Finalmente, chegamos ao final, após a postura da vela é hora de relaxar. Deitamos na postura da estrela do mar, pernas abertas, braços ao longo do corpo, levemente abertos. Sentimos a respiração, o ar que entra e sai, e podemos imaginar que estamos deitados em uma grama bem macia e verdinha (caso não estejam de verdade) ou numa nuvem. Se as crianças não quiserem ficar deitadas não tem problema, fiquem vocês, papais. Fechem os olhos e curtam esse momento, mesmo que por alguns segundos, sentindo o próprio corpo, soltando os músculos, relaxando o máximo possível.

E pronto, a primeira prática de ioga pais e filhos chegou ao fim. Vale encerrar com outro cumprimento, outro “Namastê”. Agradecendo pelo momento juntos, podemos encerrar a prática com abraços e beijinhos.

Vou adorar saber como foi essa experiência nos comentários aqui abaixo.

Ana Corazza
Jornalista, mãe de um menino de 9 anos e professora de Ioga para Crianças. É embaixadora da Rainbow Kids Yoga no Rio de Janeiro. Para saber onde praticar Ioga Pais e Filhos acesse: www.facebook.com/namastekidsyogarj. Para entrar em contato com a Ana: namaste.kids.yoga.rj@gmail.com